sábado, 28 de dezembro de 2013

Não sou mais Renato Russo


Pensei que ao me mandar as palavras desse texto você já soubesse que eu te conheço e que amo cada pedacinho em você, seja ele bom ou mal. Que apesar de algumas atitudes me magoarem em alguns momentos isso não é tudo o que eu vejo em você, pois você é feito de acertos e erros. Amo os seus erros tanto quanto eu amo seus acertos, só acho que seus acertos são mais charmosos algumas vezes.
Existem momentos difíceis na vida de um casal e o nosso é a distância que logo não existirá, bom existirá, mas deve ter um metro apenas de distância entre nos no dia a dia, você não sabe o quanto eu desejo isso, desejo ter você ao meu lado, deitar na mesma cama que você, acordar mais cedo e te praparar um café, - não muito bom já que não sei fazer - mas será de todo o meu coração apaixonado.
Todos os meus textos são sobre você e isso é angustiante, pois até mesmo uma história de terror tem um pedacinho de você, nem que seja na barba mal feita que da o maior charme do figurante número três, ou no gosto por bandas desconhecidas e incríveis de um personagem de algum romance, nada que eu coloque no papel ultimamente, pois estou ocupada com algo muito mais importante, mas são todas ideias que surgem e eu deixo guardadas para escrever posteriormente.
Eu deveria escrever isso e colocar no seu caderno, mas eu queria muito colocar aqui, queria o seu espaço num lugar onde eu nunca escrevi sobre o meu amor, apenas sobre aquilo que eu pensava saber do amor, do amor dos outros, era como Renato Russo roubando as histórias alheias para escrever músicas tão belas, os textos que escrevi aqui são belos, mas nunca contaram sobre mim, pelo menos não aqueles que falam de amor. Agora eu não sou mais Renato Russo, não preciso mais escrever sobre os amores alheios, agora posso escrever sobre você.
Entende como você faz parte de tudo na minha vida? Até mesmo quando eu não tenho a intenção que faça, lá está você fazendo parte de coisas insignificantes e coisas que são muito importantes. O jeito como você chegou, o jeito como você me conquistou e não precisou de muito, a forma como nos tornamos amigos e confidentes e como beijar você é como conseguir um cogumelo vermelho em Mario, me deixa maior, me deixa mais forte, me deixa capaz de conseguir alcançar coisas que eu nunca pensei que alcançaria.
Você sonha comigo, você realiza comigo, você é meu parceiro, meu amigo, meu amor. Você é o meu futuro marido, meu anjo da guarda, meu homem, o homem da minha vida, o amor da minha vida. Lembro de como eu costumo te dizer que quero ficar com você para sempre, mas nós dois sabemos que o pra sempre nunca será suficiente, nenhum tempo que eu passe ao seu lado será suficiente, por isso quero lutar para fazer todos os planos que temos, para viver com você o quanto antes puder, viajar, fazer sexo nos lugares da nossa lista, fazer listas sobre tudo o que queremos ver, ou vir, fazer, comprar e viver... E realizar cada pedaço dos nossos planos. Pois sonhamos juntos e realizamos juntos.

domingo, 19 de maio de 2013

Monomania




Eu queria um poema que não falasse de você
Mas todos os meus versos rimam com seu nome
E todas as minhas palavras traduzem seu sobrenome
Parece perseguição, mas é apenas minha velha opinião

Você deve estar cansado de ler o que lhe escrevo
De prestar atenção nos meus desabafos sincronizados
Nas palavras bonitas e frases longas que mais parecem um conto de Assis

Você vem com suas palavras simples dizendo o mesmo que eu
Mas eu fantasio suas falas
E te imagino na minha sacada feito Romeu apaixonado

sábado, 18 de maio de 2013

Eu espero




Não tenho a certeza de um amor incerto
Não tenho a pureza de um olhar sincero
Só tenho a certeza de um querer e espero

Espero não estar sendo egoísta
Espero não estar sendo fascista
Espero não estar te trazendo pra minha injustiça

Olhe pra mim um dia ao menos
Me abrace de novo e eu me perco em pensamentos
Seja você e continue me surpreendendo

Queria dedicar esse poema a você
Que mora tão distante daqui, mas faz meu coração amolecer
Queria te dar o dobro do que me dá
Mas você sabe que eu sou estranha e complicada

Faça uma prece
Reze por mim
Lembre-se sempre
Insista até o fim.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Insônia

Troquei minha lanterna pela luz do sol 
Deixei os raios entrarem e as letras sumirem 
Na escuridão a inspiração me atormenta 
Na claridade o vazio me penetra.

Qual é o problema?



Não gosto de conversar com seu João, não que ele seja uma pessoa ruim ou de papo furado, mas é que toda conversa com seu João parece um monólogo meu, um desabafo, mal consigo ouvir a voz do meu sindico. Sexta passada eu cheguei cedo do encontro no barzinho com meus amigos e seu João estava lá, sentando em sua cadeira giratória, mostrando seu sorriso sincero e de dente amarelado para qualquer um que entrasse no prédio “Boa noite, dona Ana” o som nasalado de sua voz ecoou pela entrada que naquele momento se encontrava vazia, como resposta seu João recebeu apenas um “Noite” da minha parte, as rugas da testa dele começaram a ficar em evidência parecia que ele sabia dos meus problemas, seu João sempre sabia. “Qual é o problema?” o tom sério e a preocupação estavam expostos, seu João poderia estar preocupado apenas com meu apartamento no 7º andar ou com o encanamento do apartamento ao lado do meu que cismava em fazer barulhos durante a noite, mas eu sabia que devia falar do meu real problema no momento “Lealdade, seu João”.
Seu João era homem vivido de grande sabedoria, não precisava falar pra sabermos que ele esperava bem mais que uma simples palavra “Sou leal demais, seu João, mesmo quando não preciso mais ser leal a ninguém eu continuo sendo. Acho impossível deixar de gostar de quem gostei um dia, é difícil não confiar mais, tenho esse problema de amar demais e confiar demais.” Estava doendo o peito e seu João me ofereceu a cadeira de ajudante ao seu lado, eu adorava aquela cadeira, “Eu não entendo como conseguem, não entendo esse amor até deixar de ser, isso vale pra tudo não é? Mas mamãe sempre dizia que não importa o que sua filhinha se tornasse ela sempre me amaria, por que todos os amores não podem ser eternos como o de mamãe?” Olhei de soslaio para seu João, os olhos do homem estavam fixos em mim e a expressão amigável não saia de seu rosto, às vezes chegava a ser irritante “Vi meus amigos brigarem ontem e exigirem a lealdade dos outros na mesa, mas como escolher entre seus dois melhores amigos e manter a amizade com os dois depois? Isso não me parece nada justo, seu João. Eu não pude. Eu não quis escolher isso. Tem vezes que eu não quero nem ao menos escolher entre escova de dente normal e escova elétrica, mas meus amigos não são escovas e eles exigem que eu escolha um ou o outro então eu fui embora, fiz errado seu João?” Eu não sabia se seu João estava afirmando ou negando, contudo não consegui parar de falar “Estou com medo de perder alguém, não sei como deixam com facilidade que a amizade se esvaia, eu até tento não ligar as vezes e vejo que todo mundo sabe fazer isso bem melhor do que eu, mas não me preocupo mais com isso, enquanto eu me importar vai fazer sentido essas amizades diferentes e todas essas pessoas sem nenhuma ligação sorrindo e bebendo juntos só pelo prazer da companhia um do outro não é?” Sorri para seu João que parecia ter paralisado naquela posição “Obrigada, seu João” eu lhe dei um abraço rápido e fui me levantando para ir em direção ao elevador que tinha uma placa de ‘Em Manutenção’ bufei irritada e virei para seu João carrancuda “Deviam consertar esse elevador, seu João, estou cansada de subir escada não podemos continuar com esse problema.”

terça-feira, 14 de maio de 2013

Suruba Esquizofrenicamente Sentimental



Se você quiser decidir algo por mim, aproveite. Pois a partir desse instante, me isento de qualquer responsabilidade pelos meus não atos.
Eu tentei te dizer que essa escolha não seria minha, mas você acreditou na verdade que você mesmo criou. Eu aceitei o meu sim e você quis procurar pelo não.
Se é sua escolha, que eu tenho a ver com isso? Se é sua verdade, que eu posso fazer com isso? Agora quando eu abrir meus olhos e tiver de encarar essa realidade indesejada e ignorável, eu sei que quem vai ter de beber dessa água intratável e intragável serei eu, então recomendo que não leia as próximas linhas, elas serão indiretamente direcionadas à culpar você.
Eu avisei que meu coração era indesejável, impenetrável e intragável. Mas sua inocência e sua crença te fizeram acreditar que eu seria como um barro a ser moldado por você. É sua culpa por acreditar naquilo que não deve, confiar no mundo, achar que minha indiferença fazia parte de um medo que eu não superava. Se há medo não quero superá-lo e não irei estou em minha zona de conforto e você está tentando penetrar minhas barreiras. Não ultrapasse os limites.
Já ouviu aquela do gigante atrás da gaiola? Então...sou como o gigante atrás da gaiola. E não estou dizendo errado. É atrás mesmo. E nem pense que você pode simplesmente ultrapassar a gaiola, ou quebrar a gaiola, ou pular a gaiola, ou seja lá que raios essa sua mente de criatividade idiota pode inventar para ultrapassar a gaiola. Porque o que há atrás dela é um gigante. Você já viu um gigante? Então continue assim.
Eu estive em um conto de fadas e as fadas morreram. Você achou que era um príncipe, mas sua armadura era de papelão, seu cavalo era seu melhor amigo idiota e sua espada fora quebrada com a realidade da vida. Esqueça a princesa indefesa, esqueça a salvação e esqueça que você pode fazer alguma coisa para chegar até mim.
Porque não dá mais pra cronometrar o tempo passando no relógio que o gigante quebrou. Não dá pra abrir a porta da gaiola que o gigante emperrou. E mais do que isso, a partir de agora o gigante não se responsabiliza pelos danos causados. Você está por sua conta e risco. Be carefull!

Não é amor.



Não gosto desse jeito das pessoas que precisam uma da outra, gostar tem que ser livre, sem amarras, sem desespero, sem dor... Quando passa disso é obsessão e não amor. Mas é fácil eu dizer isso quando o motivo da minha afeição não está por perto, não há como eu me desesperar por seu amor, a distância não me deixa prender seu amor a mim e eu só aceito essa condição.

Repito pra mim no café, almoço e jantar que aqui é o meu lugar e recuso as oportunidades de estar ao seu lado, pois foi o que ele disse: não vai dar certo. Eu acreditei nisso e não me deixei apaixonar, apenas sentir e desejar já está bom, assim não me quebro, assim não me dou e assim não doo.
Já dizia Chico Buarque “Tantas águas rolaram, quantos homens me amaram bem mais e melhor que você.” Tantos rostos, tantos possíveis amores e eu querendo esse não amor. Mas qual o motivo de eu ainda querer você? Sei que não devo, sei que não quero te querer, mas não consigo simplesmente te ignorar e seguir adiante sem esse meu querer-te. E eu não gosto de escritas de amor e essa já ficou tão pior que uma carta ridícula de amor, pois não há amor e é tão ridícula quanto você.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A Luz Que Nunca Irá Se Apagar



TWe're all numbers in the numbers game
Give me a long stem rose to cover up the pain
And if you don't win now you might win later on
So don't  boter giving in before you're actually gone


A fumaça do cigarro cortava o ar puro da fria noite de novembro e embebia-se na melancolia da moça. A outra, embriagada com a fragrância que exalava de seu casaco grande demais para seu pequeno corpo, estava sentada ao seu lado com um baseado entre os dedos e olhos melancólicos.
Deu uma longa tragada em seu cigarro, sem a obstante presença daquele cara. Fitou o rosto de Lenna, envolto pela que fazia acumularem-se lágrimas nos cantos de seus olhos, ao mesmo tempo que enevoava-os, dando-lhe um aspecto de pintura barroca, sombria e sedutora em sua religiosidade.
- Chegamos ao fundo. - Lenna retribuiu-lhe as palavras com um sorriso enviesado e balançou a cabeça negativamente, enquanto soltava seu cigarro no chão e puxava o casaco mais para cima, respirando fundo, sentindo o cheiro do garoto invadir seu nariz.
- Há muito tempo. - Riu-se com escárnio contra a lã verde-musgo do casaco pesado, enquanto apertava os olhos com força. Emma fitou-a pelo canto dos olhos, as olheiras profundas abaixo de seus olho, a pele extremamente pálida e o corpo magro em demasia. Emma sabia que por baixo das mangas daquele casaco haviam cortes irregulares espalhados pelos pulsos, alguns apenas uma linha fina de lembranças ressequidas, outros vermelhos e longos, que ainda ardiam ao sentir o sangue pulsar sobre eles.
O cheiro do moço que Lenna amava estava impregnado na lã que compunha o casaco verde, e ela só podia pensar em como o queria ali, agora. Queria desculpar-se por toda a dor que causou, queria abraçá-lo com força e enterrar o rosto em seu pescoço para sentir seu cheiro diretamente de sua pele.
Emma fitava a garota com tristeza em seus olhos, entendia pelo que ela passava e, de certa forma, passava pela mesma coisa. Lenna ergueu os olhos e abriu-os, encarando-a com um sorriso no rosto e piscando os olhos com lentidão. Aproximou-se mais da amiga e deitou a cabeça em seu ombro, abraçando-a em seguida, logo sendo apertada contra a outra. Sorriram, pois sabiam que mesmo quando tudo acabasse, ainda teriam uma à outra.
- Eu vou te ajudar a carregador a dor. - Lenna murmurou para a outra, sorrindo-lhe apenas com os olhos incisivos. - Não importa quanta dor seja. Eu vou estar aqui para te ajudar a carregá-la. Sempre.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Alguém como Gabriel



Eu vacilei, guardei tanto por tanto tempo que quando não aguentei mais soltei tudo de uma vez, não te dei tempo de respirar, não te dei tempo de aceitar o fato que você só me fazia infeliz a cada olhar falso que me dava. Eu tinha, reprimida, a esperança de te ter um dia, de que amanhã ou depois você olharia para mim e me veria de verdade, veria tudo que sou em um âmbito maior que nós mesmos, veria em mim tudo que sou e o que poderia ser pra você, veria em mim o que vejo em você, mas você só me olha até hoje e você nunca me viu de verdade. Aos poucos minha esperança vai diminuindo e mesmo você me maltratando, se desfazendo de mim, me deixando em pedaços... Em um desses pedaços fica impregnada a lembrança de seu sorriso, de seu beijo, de seu abraço e de tudo que você é, fica impossível respirar e não sentir o cheiro de quem você foi pra mim e bate aquela esperança, tão pequena quanto um grão de mostarda, mas que seria suficiente para alimentar minhas inseguranças e me segurar quando você me derrubasse.
Não importa o número de vezes que eu caio, meu coração é tão masoquista quanto meu corpo, os dois te desejam e eu vejo em você o que ninguém mais viu, o que ninguém mais vai ver e não é por que você nunca mais será amado por outra mulher, você será, mas nenhuma te amará como eu, nenhuma aceitará as injustiças desse seu gostar cheio de maus tratos e indiferenças. Outra já teria ido embora, teria te deixado a deriva dessa sua escolha medíocre de solidão que só aflora em seu peito e mente para você deixando que acredite que sozinho está bem e melhor.
Tudo aquilo que eu poderia te dar não se compara com aquilo que você me tirou, por amar tanto você eu esqueci de como me amar, como me valorizar, como eu merecia bem mais que você. Lavo meu corpo tentando me livrar desse amor, pois me destrói essa sua mania de expor meu peito ferido como se eu fosse um animal empalhado na sua parede de caça, você que não me da valor não merece que eu lhe retribua com meu amor. Estou te lavando do meu coração, te mandando pra bem longe dessa minha paixão para que eu possa me desintoxicar de você, mas se você voltar o grão de esperança volta junto, então por favor, não volte.

Nada



Eu tinha em uma das mãos um estilete e na outra um vazio sem fim, meu coração estava dilacerado, tudo em que eu acreditava havia desmoronado, as pessoas eram mentirosas, não dava para acreditar em mais ninguém. Os amigos mentem, os pais mentem, os políticos mentem, as emissoras mentem, as pessoas mentem, o mundo mente e o pior... Você mente.
A lamina afiada perfurou minha pele branca como a neve e lisa, tudo começou com um ardor e passou para a pura dor, até que finalmente eu pude ver o líquido vermelho escorrer pela lateral enquanto eu me esforçava para respirar, deixei que lentamente meu corpo escorregasse até o chão e me encolhi sentindo o frio cortante do piso daquele banheiro, abracei minhas pernas e deixei que finalmente as lágrimas rolassem por meus rosto. Era um choro calmo onde apenas as lágrimas saíam, não havia soluço, não havia espasmos, apenas o gosto salgado das lágrimas passando por meus lábios denunciava o choro. O ferimento doía, é claro que doía, mas nenhuma dor se compara aquela de perder tudo que se ama, de se enganar com o que se acredita, de perder a fé em si mesmo, pois a felicidade não depende dos outros ela só depende de si mesmo, mas e quando não há mais você mesmo?
Eu me tornei parte daquilo que eu vim, o nada.