sábado, 27 de dezembro de 2014

Stelazine part 2

Parece que ninguém percebeu que faz tempo que eles acabaram, ninguém parece notar que eu não tenho mais controle, mas eu guardei quatro deles para emergências. Talvez as emergências tenham chegado e eu não os tenha usado. Estou apenas ignorando sua existência. Sou muito boa em ignorar o que me faz mal, você deve se lembrar disso.
Só me resta sobreviver um dia após o outro, novamente sozinha, mas sem estar realmente só.

Hurt - Johnny Cash




I  hurt myself todayTo see if I still feelI focus on the painThe only thing that's real
The needle tears a holeThe old familiar stingTry to kill it all awayBut I remember everything
What have I become, my sweetest friend?Everyone I know goes awayIn the end
And you could have it allMy empire of dirtI will let you downI will make you hurt
I wear this crown of thornsUpon my liar's chairFull of broken thoughtsI cannot repair
Beneath the stains of timeThe feelings disappearYou are someone elseI am still right here
What have I become, my sweetest friend?Everyone I know goes awayIn the end
And you could have it allMy empire of dirtI will let you downI will make you hurt
If I could start againA million miles awayI would keep myself

I would find a way

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Sei lá



Queria te contar sobre como anda a minha vida.
Sobre meu trabalho no restaurante japonês.
Sobre a minha gatinha Ally e o fato que ela não supre a falta da Dobby.
Sobre meus momentos sozinha nesse enorme quintal e como eu me esparramo na grama soltando o cigarro e sentindo o sol no meu rosto.
Sobre como eu escrevo pouco por falta de tempo, mas que sinto vontade o tempo todo.
Sobre como eu aprendi a fazer sushi e harumaki, no trabalho, claro.
Sobre as bandas novas que eu conheci.
Sobre as bandas antigas que aprendi a gostar.
Sobre como eu adoro dançar e cantar na cozinha.
Sobre como eu odeio o banheiro dessa casa, mas adoro o meu quarto, apesar de compartilhado.
Sobre como eu tenho estado sozinha e não tenho me sentido só.
Sei la, só queria te contar sobre a minha vida.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Propriedades


Comecei a baixar álbuns de bandas que não ouvia a muito tempo, álbuns de bandas que nunca ouvi falar, álbuns de bandas estrangeiras e até as brasileiras.
Comecei a ouvir músicas que definem como estou me sentindo em cada momento do meu dia.
A procurar por cada música que signifique algo pra mim, que descreve quem sou e o que penso.
Músicas com sentidos mórbidos, tristes, felizes e empolgantes.
Todo tipo de música que eu começo a ouvir eu baixo apenas para ter o prazer de organizar os álbuns de cada banda.
Organizo todos por banda, ano e nome do álbum, do jeito que você me ensinou.
Notei que faço isso automaticamente.
Notei que faço muita coisa que não fazia antes de você, automaticamente.
Inclusive amar!

domingo, 14 de dezembro de 2014

Rio x São Paulo


Tenho andado distraída, um passo atrás do outro rumo a lugar nenhum
Eu tinha sonhos e planos, antes de você chegar
Eu tinha uma lista com meus desejos
Eu tinha futuro todo planejado
Talvez um futuro perdido, mas era um futuro, um lugar para ir
Você chegou revirando tudo
Meu coração, meu corpo, meu seco, ficou tudo uma bagunça
Juntei nossos planos, nossos nomes e nosso orgasmo
Agora que você se foi eu só tenho um caderno no pulso e muita história pra contar, mas nenhum destino pra ir.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Na falta de lucidez economize papel


A ilusão me acalentou em um dia
Mas o tempo se passou e eu notei que a solidão era verdadeira
Senti meu coração em pequenos pedaços e a vontade de me abraçar era maior
Deixei que meu corpo despencasse na cama e os olhos fechassem
Eu não tinha mais esperanças de um futuro promissor
Não pra mim que deixava de me importar com as coisas importantes
Não pra alguém que não merece amor

Deixei meu coração manchar e as palavras se impregnarem na minha alma
Abracei meu joelho e deixei a cabeça enterrar entre eles
E as lembranças eram como facas cortando meu peito
Tudo não passava disso eu presa em mim
Meu corpo não consegue se livrar de quem eu sou
Só quero ter forças para chorar e deixar de me enganar
Lanço um dedo até o rosto constatando a lágrima solitária bem no meio da bochecha

Da pra acreditar que me deixei enganar por mim mesma?
Como alguém consegue fingir para si mesma que não doi?
Senti meus olhos quererem se fechar mais uma vez E eu só queria mantê-los abertos fitando o teto
Suas palavras me atingiram como um raio e eu reparei que só eu não faço nada de bom com isso
Talvez escrever me ajude ou talvez só piore a situação dessa minha paixão
De todas as coisas que já fiz, me perder não tinha sido uma delas
Até agora!