Caminhar um caminho bifurcado
A dois passos de cada lado
É a perdição que assolou o coração
Ao flutuar na solidão a dois
Numa valsa sincronizada eles enlaçam os dedos
Duas mãos se encontrando
Mas os passos se perdem
A música acaba
E o que resta?
São dois pés a dois passos do fim da dança
Uma via expressa
Dois carros a deriva
Um de janelas fechadas e ar ligado
‘Ninguém precisa ver minha privacidade’
O outro aproveitando a brisa do verão baixou a capota
‘Compartilharei com o mundo a minha felicidade’
Os dois colidem
‘Oh que dó, a felicidade não sobreviveu’
A privacidade apenas saiu
Com um arranhão próximo ao coração
Dá pra acreditar? Em histórias de inverno?
No amor que é dado ao relento mal fadado?
Da pra acreditar? Em verdades não ditas?
No amor que não é compartilhado, apenas dado?
Eu teria uma lupa para explorar a imensidão do seu coração
Compraria um telescópio para ver quão longe alcança a sua imaginação
Penhoraria todos os meus pertences para comprar o primeiro ticket da sessão
Em cartaz, um filme em ascensão
A história do homem que falou demais
De todos os amores do mundo
Existe apenas uma verdade
Abra o coração
Mas deixe a sete chaves
A sua maior ambição
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